quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

2.ª Conferência: "O eixo Rua da Palma-Avenida Almirante Reis enquanto espaço de representações literárias e trajetos emocionais", Aquilino Machado


Resumo

A narrativa de alguns escritores atenha-se em determinados territórios sentimentais que servem de base à criação simbólica de representações literárias. Na verdade, através da análise de algumas obras literárias descobrimos o ajustamento ficcional entre os lugares narrados e aquilo que na realidade existe.

Nesta conferência destacaremos os territórios literários e emocionais erguidos na Avenida Almirante Reis. Usaremos o trajeto emocional dos escritores e das suas ficções para atestar e compreender o seu desenvolvimento urbano.

De seguida, capturaremos a cartografia de mobilização republicana, ou o balanceamento emocional de Fernando Pessoa, e de uma parte da geração de Orpheu, que levariam o poeta da heteronímia a confessar num pedacinho de escrita epistolar: “há dias passava eu de carro na Avenida Almirante Reis. Levantando os olhos por acaso, leio no cabeçalho de uma loja: Farmácia A. Caeiro”.
Na ditadura do Estado Novo associaremos a cadência de apropriação revelada através de uma boémia que se espessava em torno dos cinemas populares e das cartografias dos cafés e bares, onde ninguém estava “livre de apanhar com um poeta à deriva pela proa”, como nos legou José Cardoso Pires.
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Por fim, desaguaremos no 25 de Abril e na sua intensidade cenográfica, dando forma à expressão de que a cidade soube tornar-se num cenário de um “teatro espontâneo no qual” cada um se torna “espetáculo e espectador, às vezes actor” (Lefebvre, 1970).



Nota Biográfica | Aquilino Machado

Professor assistente convidado no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT), e Investigador associado dos Núcleos ZOE - Dinâmicas e Políticas Urbanas e Regionais - e TERRITUR -Turismo, Cultura e Território - do Centro de Estudos Geográficos (CEG), Universidade de Lisboa, tem desenvolvido o seu interesse de pesquisa nos campos da geografia cultural e urbana. Mestre e doutorando em Geografia Humana, encontra-se a concluir um projeto sobre os territórios literários urbanos em Aquilino Ribeiro, e a geografia emocional vivida e recriada nas cidades de Lisboa e Paris.

Entre, 2008 e 2013, deu aulas na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), onde obteve o título de Especialista na Área de Turismo, desenvolvendo, para o efeito, um trabalho de investigação  em torno da importância do turismo literário.

De 1997 a 2012 integrou os quadros da empresa Parque EXPO’98, S.A.

Nos últimos anos tem trabalhado como guionista de documentários e preparado conteúdos para itinerários culturais que nos falam da importância da memória na cidade de Lisboa. 

1.ª Conferência de 2019: "A actividade hoteleira em Lisboa no final do séc. XIX", Daniel Alves

Iniciámos este III Ciclo de Conferências da melhor forma, com uma conferência do Daniel Alves sobre os hotéis, albergues, hospedarias, etc., que existiam em Lisboa no final do séc. XIX e como se foram alterando ao longo das décadas. Agradecemos ao público que esteve presente e ao acolhimento sempre inexcedível do Palácio Pimenta. Dia 26 de Março há mais!









quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

III Ciclo | 1.ª Conferência: A atividade hoteleira em Lisboa no final do século XIX_Daniel Alves


Resumo: O sector dos serviços e comércio na cidade de Lisboa sofreu uma significativa reestruturação na passagem do século XIX para o século XX. Esse fenómeno, nos seus traços gerais, abrangendo todas as tipologias de estabelecimentos então existentes, foi já alvo de vários estudos e publicações (Daniel Alves 2017). Contudo, pouco ainda se sabe sobre o sector específico da oferta de alojamento e hotelaria na cidade. A historiografia portuguesa, ao contrário do que tem acontecido nos Estados Unidos, em Inglaterra e noutros países europeus, não tem dado atenção ao estudo da oferta de hotelaria naquele período, assim como a outras tipologias de oferta de alojamento na cidade. Sondagens prévias baseadas em dados do licenciamento dos estabelecimentos de comércio e indústria da Câmara Municipal de Lisboa, parecem indicar um crescimento substancial das unidades hoteleiras, entre 1890 e 1910, e uma alteração profunda na tipologia, propriedade e quantidade de outros tipos de unidades de alojamento temporário, como estalagens, albergues, hospedarias ou quartos particulares. Poderão estas alterações ser uma manifestação do nascimento de uma procura relacionada com a actividade turística? Usando os dados já referenciados respeitantes aos anos de 1890, 1900 e 1910 e recorrendo a uma análise estatística e espacial com a utilização de sistemas de informação geográfica, procurar-se-á caracterizar a actividade hoteleira em Lisboa, contribuindo para o conhecimento das ligações entre o crescimento urbano e a massificação do fenómeno turístico.

Link para texto representativo do tema: https://run.unl.pt/handle/10362/40222

Bio-nota: Daniel Alves é Professor Auxiliar no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e investigador no Instituto de História Contemporânea, ambos da Universidade NOVA de Lisboa. Tem um mestrado em História do Século XIX (2001) e um doutoramento em História Económica e Social Contemporânea (2010) com a tese “A República atrás do balcão: os lojistas de Lisboa e o fim da Monarquia (1870-1910)”.
As suas áreas de interesse são a História Contemporânea, a História Económica e Social, a História Urbana, a História das Revoluções e as Humanidades Digitais. Tem alguns livros e capítulos de livros publicados sobre História de Portugal no século XIX, bem como artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, sobretudo em História Económica e Social e SIG aplicado à História. Recentemente foi editor convidado no número especial “Digital Methods and Tools for Historical Research” da revista International Journal of Humanities and Arts Computing e do número especial “The History of Retailing on the Iberian Peninsula” da revista History of Retailing and Consumption.
Colabora com frequência em projectos de investigação que usam bases de dados e sistemas de informação geográfica (SIG) na investigação histórica, nomeadamente nos projectos “Atlas, Cartografia Histórica” (http://atlas.fcsh.unl.pt/) e “Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental” (http://litescape.ielt.fcsh.unl.pt/). É coordenador deste último desde 2018, em colaboração com Natália Constâncio.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Continuação do Ciclo em 2019


Estamos a preparar a continuação do Ciclo para 2019, nas belas salas do Palácio Pimenta.
A primeira conferência será no final de Fevereiro, em breve anunciaremos toda a informação.
Entretanto, sugerimos a visita à exposição "Vicente: o mito em Lisboa", que inaugura amanhã.
Até breve!