segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Sessão de Encerramento do III Ciclo de Conferências | 21 Janeiro de 2020

Fecharemos o Ciclo "Novos Estudos e Novos Olhares sobre a cidade. Lisboa do Terramoto à Revolução de Abril" com uma declaração de amor à cidade que tanto nos inspirou - e a todos os que se juntaram a nós - ao longo destes três anos. A Ana Sofia Paiva (voz) e o Marco Oliveira (guitarra e voz) juntaram as suas artes de contar e cantar e desfiam-nos a história dos poetas e escritores que se apaixonaram perdidamente pela cidade e a retrataram sempre bela e irresistível nos seus escritos. Uma celebração da nossa cidade: "Lisboa é sempre Lisboa/ dos becos e vielas/ e das casinhas singelas/ D'Alfama e da Madragoa..."
Venham tod@s brindar a Lisboa!





quinta-feira, 7 de novembro de 2019

8.ª Conferência | O olhar turístico em Lisboa | Maria Estela Gonçalves | 27 de Novembro


Resumo:
Urbanismo e turismo são processos sócio-históricos que se acompanham há quase dois séculos, sendo o último um motivo de alteração e recriação da paisagem urbana das cidades, consagrando uma parte do território para a sua, fruição, ou até quase a totalidade, como ocorre com Veneza.
O olhar turístico, the tourist gaze, vem-se formando a partir de uma complexa combinatória de procura do “pitoresco”, do “pristino”, uma vontade de diferenciação, uma necessidade de escapismo, seja do quotidiano, do trabalho, ou de si próprio.
Lisboa povoada de severas, varinas e outros tantos pitorescos, tem alimentado ao longo do século XX as buscas de “pristino” de uns e outros; de ingleses em primeiro lugar, afinal os inventores do turismo, mas depois da nossa entrada na CEE, de franceses, de alemães, os europeus da Europa unida, ou os antigos exóticos do oriente ou de África, em visita de contra exotismo.
Na atualidade a Lisboa turística tornou-se numa das mais-valias da cidade, e a sua intensidade tem sido tal, que coloca em oposição a rentabilidade económica, estimulada pelo turismo - que se alimenta da “autenticidade” dos bairros, do seu pristino - esquecendo valores de urbanidade e equidade.
Durante a viagem, no tempo histórico e no espaço da cidade, a destacar a multiplicidade de pitorescos inventados para alimentar o tourist gaze em Lisboa. 


Nota biográfica de Maria Estela Gonçalves
A trabalhar no município de Lisboa desde 1988 na área da reabilitação urbana, dedicou vários anos ao bairro da Mouraria, onde colaborou na na estruturação e implementação do Programa QREN “Mouraria: cidades dentro da cidade.” (2009 – 2013).
Licenciada em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa; Mestre em Antropologia, Memórias, Património e Identidades, com a Especialidade: Património e Identidades “A Lisboa dos e nos Guias Turísticos. Lisboa a compor-se ao Espelho.” no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (2008); Doutora em História, Especialidade: Dinâmicas do Mundo Contemporâneo com a tese “A Lisboa dos guias turísticos ingleses e franceses no século XX. Lisboan soul, l’âme de Lisbonne: Lisboa no espelho do Outro.”, Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, em 2015.

Registo fotográfico da 7.ª Conferência (30 de Outubro de 2019), proferida por Rita Múrias







sexta-feira, 18 de outubro de 2019

7.ª Conferência: "Memória gráfica da Cidade | Projecto letreiro Galeria" por Rita Múrias (CIAUD, FAUL)

Foto: Adriano Fagundes


A Rita Múrias é  Designer de comunicação. Tem desenvolvido trabalhos para editoras de livros, produtoras de música e espectáculos e alguns trabalhos em conjunto com Paulo Barata Corrêa. Durante vários anos colaborou com o Atelier Henrique Cayatte. Com Paulo Barata Corrêa Desenvolve o Projecto Letreiro Galeria, um trabalho de colecção e de preservação de antigos letreiros industrias e comerciais. Mais informação aqui.

Artigo jornalístico sobre o projecto.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

6.ª Conferência | O abandono de crianças na Lisboa Oitocentista | Joana Vieira Paulino


Resumo 
Durante os primeiros cerca de 70 anos do século XIX o número de crianças abandonadas aumentou dramaticamente. Uma das razões residia na legalidade do abandono anónimo infantil, comum aos Estados católicos do sul europeu e materializada nas rodas, mecanismo giratório que permitia deixar a criança na instituição sem que o expositor fosse identificado.  
Tentando combater esta hecatombe e a elevada mortalidade destes menores, iniciaram-se debates sobre o fim do das exposições anónimas legais. A situação era particularmente gravosa na capital, onde a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tutelava a criação dos expostos, tendo aí sido abandonadas anualmente quase 3 000 crianças em meados de Oitocentos. Por este motivo, em Lisboa, a partir do final de 1870, o abandono anónimo infantil foi penalizado. Passou-se da criança abandonada para a criança assistida (e subsidiada), incentivando-se a responsabilização parental. 
Como se processou esta mudança na cidade de Lisboa? Diminuiu o número de abandonos? Quem abandonava estas crianças? De que localidades vinham? Para onde eram enviados os expostos para criar? Como era o percurso de vida de uma criança abandonada tuteala pela Misericórdia de Lisboa? Existia possibilidade de ser integrada numa família e na sociedade? Estas (e outras) são algumas das questões às quais se procurará responder.

Joana Vieira Paulino
Instituto de História Contemporânea
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Registo fotográfico da 5.ª Conferência (26 de Junho 2019) proferida por Inês Gomes