Revisitar a Revolução: ecos literários da “semana dos prodígios”
Ana Isabel Queiroz (IHC, NOVA-FCSH)
Resumo CV: Ana
Isabel Queiroz é doutorada em Arquitetura Paisagista (FCUP), mestre em Etologia
(ISPA, Lisboa) e licenciada em Biologia (FCUL). Desde 2009, é investigadora
contratada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas através de programas
financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia: Investigador Ciência
(2009-2013) e Investigador FCT (2013-2019). Nos últimos anos, publicou vários
livros, capítulos de livros e artigos científicos em revistas nacionais e
internacionais sobre temas de Humanidades Ambientais e Humanidades Digitais.
Foi coordenadora do projecto “LITESCAPE.PT
– Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental” — Acolhido pelo IELT
(FCSH-UNL) e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
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Resumo: A
Literatura tem-se revelado um repositório de memórias e, enquanto tal, uma
fonte de informação sobre factos, ideias, valores e atitudes relacionadas com
os eventos do passado. Neste contexto, o projecto LITESCAPE.PT – Atlas das
Paisagens Literárias de Portugal Continental tem enquadrado diversos trabalhos
de investigação onde se exploram as alterações dos elementos naturais e
culturais, desde o Romantismo até à actualidade. A partir de 23 obras de ficção
publicadas entre 1976 e 2013, estudam-se agora as representações literárias dos
eventos revolucionários ocorridos entre a noite de 24 de Abril e o 1 Maio de
1974, período que a Literatura designou como “semana dos prodígios”. Os textos
são submetidos a uma análise de conteúdo baseada em 7 categorias fixas e
independentes, que permitem identificar quais e como são representadas as
ocorrências, as instituições, as mensagens, as figuras públicas, os meios de
comunicação, os ícones e a emotividade associada aos eventos. Uma abordagem
espacial do mesmo corpus literário possibilita ainda definir a geografia
literária das ações militares mais emblemáticas e das manifestações populares
que ocorreram em Lisboa e arredores durante o mesmo período. Esta geografia
literária e a cartografia dos eventos históricos são comparadas, explorando-se
os conceitos de memória colectiva e lugar de memória. O tratamento dos dados e
a visualização dos resultados da análise privilegia os métodos padronizados e
quantitativos, incluindo estatísticas básicas e sistemas de informação
geográfica.
Artigo de referência
(sobre o mesmo tema): http://www.jsse.org/index.php/jsse/article/view/1351/1491
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