No próximo dia 19 de Março, segunda-feira, contaremos com o
investigador e actor Guilherme Filipe (CET-UL) para nos falar sobre "O
Gosto Público que sustenta o Teatro: Pessoas, espaços e repertórios na Lisboa
de Oitocentos".
Às 18h, no Palácio Pimenta, contamos com a sua presença.
Resumo da conferência: Análise panorâmica das condições criadoras do
“mercado factício” garrettiano, e da elevação do género teatral ao estatuto de
veículo demopédico de ilustração e entretenimento, entre a esfera dos teatros
públicos e a semiprivada dos particulares, cujas interatividade dinamizou a
produção dramática, a realização do espetáculo, e desenvolveu o espírito
crítico da receção estética e da ilustração popular.
Guilherme Filipe
Actor, encenador, professor e investigador. Formado em
Filologia Germânica (FLUL) e em Representação/ Encenação (ESTC/IPL), foi
durante vários anos professor das disciplinas de inglês e alemão, no ensino
secundário. Em regime de destacamento, trabalhou, no Ministério da Educação, em
programas de formação pedagógica aplicada ao ensino das línguas vivas (English
Teaching Group, 1976-79), e ao desenvolvimento de práticas multidisciplinares
na criação de um modelo de aprendizagem curricular de pensamento abrangente (Grupo
de Comunicação e Teatro, 1980-85).
Tem desenvolvido trabalho profissional como ator, em teatro,
cinema e televisão. Em 1986, fundou a companhia de teatro Persona – Teatro de
Comédia, com o objetivo de investigar e produzir dramaturgia portuguesa, tendo
estreado, em absoluto, autores como Augusto Abelaira (Anfitriões), António
Pedro (Desimaginação) ou Miguel Rovisco (Circo dos desenganos), entre outros, e
criado versões de autos vicentinos (Auto da Índia e d’outras andanças e Lusitânia),
em colaboração com os serviços educativos do Mosteiro dos Jerónimos e, em
itinerância, com os pelouros da cultura de diversas autarquias, através dos
programas do Ministério da Cultura.
A partir de 2003, dedicou-se aos Estudos de Teatro, tendo
obtido o grau de Mestre, pela FLUL, com a dissertação Percursos itinerantes: A
companhia de Rafael de Oliveira (Artistas Associados) e o grau de Doutor, com a
tese O Gosto Público que sustenta o Teatro: Subsídios para o estudo da
vulgarização do pensamento teatral oitocentista em Portugal. Investigador do
Centro de Estudos de Teatro (FLUL), desde 2008, na área de documentação
teatral, lecionou os seminários de História do Teatro em Portugal e de Análise
do texto dramático. Em 2014, integrou o projeto Vida Cultural em Cidades de
Província. Espaço público, sociabilidades e representações (1840 – 1926), do
Centro de Estudos Geográficos (FLUL). Atualmente integra o projeto editorial de
Cultura e Prática Teatral Luso-Brasileira, do CET/FLUL e da Universidade
Federal do Paraná (UFP/Brasil), e o projeto Teatro proibido e censurado no
século XIX, em Portugal (CET/FLUL). É docente do Curso Profissional de
Interpretação, na Associação Canto Firme (Conservatório regional de Tomar) e na
NB Academia, regendo as cadeiras de História da Cultura e das Artes e de
Dramaturgia.
Tem publicado ensaios e artigos sobre as práticas de teatro
e seus agentes, de que se destacam:
“Actores errantes de Oitocentos”, Sinais de Cena, 2009.
“O Paradoxo de Fialho: uma ‘radiografia’ ao teatro
finissecular”, comunicação ao Congresso Internacional Portugal no tempo de
Fialho de Almeida, 2011.
“Considerações sobre uma ideia de teatro popular”, in David
Casimiro, Auto da Criação do Mundo ou Princípio do Mundo, 2012.
“Memoráveis actores”, in Maria João Brilhante (org.), Sete
olhares sobre o teatro da Nação, 2014.
“A subtil preservação da memória”, revista CACAO, 2015.
“A vertigem da consciência ou o teatro no teatro em alguns
exemplos portugueses”, 2017 (Academia.edu).